Pai e madrasta são presos suspeitos de matar, esquartejar e enterrar menina de 4 anos dentro de casa em Guarulhos
O metalúrgico Lucas Silva Souza, 29, afirmou à Polícia Civil que viu o corpo da filha, Emanuelly Lourenço Silva Souza, de 4 anos, ser esquartejado por sua companheira, a desempregada Manoela Cristina César, 34, antes de ser enterrado e concretado no
Publicado em 05 de Dezembro de 2025 às 10:36
O metalúrgico Lucas Silva Souza, 29, afirmou à Polícia Civil que viu o corpo da filha, Emanuelly Lourenço Silva Souza, de 4 anos, ser esquartejado por sua companheira, a desempregada Manoela Cristina César, 34, antes de ser enterrado e concretado no pequeno quintal/varanda da casa onde viviam em Guarulhos, na Grande São Paulo. O corpo da menina foi encontrado enterrado na varanda interna do imóvel, localizado na Avenida Marginal Norte Direita, no Parque Jandaia. O casal foi preso na noite da última quinta-feira 27/11.
O caso começou a ser investigado após a mãe de Emanuelly, Gabriella Cardoso Lourenço da Silva, procurar o Conselho Tutelar relatando que desconhecia o paradeiro dos filhos e que já havia suspeitas de agressões cometidas pelo pai. Ela disse que seus três filhos estavam sob os cuidados de Lucas havia cerca de dois anos, enquanto realizava tratamento médico, e que um dos filhos já havia sido vítima de agressões, temendo que Emanuelly e o outro menino, de seis anos, estivessem na mesma situação.
Ao chegar à casa, o Conselho Tutelar encontrou Manoela, madrasta da criança, que deu informações contraditórias sobre o paradeiro da menina. Horas depois, Lucas também apresentou versões inconsistentes. Pressionado, ele afirmou que, no dia 15 de setembro, saiu para trabalhar e deixou Emanuelly sob os cuidados de Manoela. Disse que, ao retornar, encontrou a filha “gelada” no sofá. Relatou que Manoela teria confessado ter brigado com a menina porque ela “fez xixi na cama” e que a criança teria desfalecido. Lucas ainda declarou que tentou ligar para o Samu, mas Manoela teria impedido. Ambos decidiram ocultar o corpo para evitar a prisão.
Segundo Lucas, “no dia seguinte, em comum acordo”, ele e Manoela decidiram esquartejar o corpo da criança. Ele afirmou que Manoela realizou os cortes enquanto ele “assistia e auxiliava”, conforme relatórios da Polícia Civil. As partes foram enterradas em um buraco aberto na varanda interna da casa, depois fechado com concreto. A perícia encontrou indícios de que fragmentos do corpo poderiam estar espalhados por outros cômodos.
Manoela, no entanto, apresentou outra versão. Disse que Emanuelly passou a tarde quieta, como se estivesse passando mal, e que, quando Lucas chegou, a criança ainda respirava. Afirmou que ele teria decidido se desfazer do corpo. Questionada se agrediu ou envenenou a criança, respondeu apenas que não falaria “porque a gente já vai pegar cadeia mesmo”. Admitiu ter ajudado a enterrar o corpo, mas negou o esquartejamento.
Após o acionamento do Conselho Tutelar, a Polícia Militar foi até o endereço. Lucas levou os policiais ao local onde o corpo estava, quebrou parte do piso com ferramentas e os PMs relataram odor de decomposição e presença de tecido e fios semelhantes a cabelo. A área foi isolada, e equipes da perícia e Corpo de Bombeiros iniciaram escavações. Há possibilidade de partes do corpo terem sido espalhadas por outros pontos da casa.
Os restos mortais da menina foram levados ao IML e ainda não há data para o enterro. A Polícia Civil enquadrou o caso como homicídio qualificado, destruição, subtração ou ocultação de cadáver. A prisão em flagrante foi possível apenas pelo crime permanente de ocultação de cadáver, já que o homicídio ocorreu em setembro.
Também foi registrado que Lucas possui ao menos quatro boletins de ocorrência anteriores, incluindo maus-tratos contra um dos filhos e lesão corporal, ameaça e injúria contra Gabriella, mãe de Emanuelly. O delegado responsável indiciou o casal por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ambos passaram por audiência de custódia na sexta-feira 28/11, e a prisão preventiva dos dois foi decretada.
A defesa da mãe da criança, representada pelo advogado Cristiano Medida da Rocha, afirmou que acompanhará o caso com a mesma firmeza adotada no caso Henry Borel, destacando que nenhuma violência contra crianças pode ser invisibilizada. Segundo ele, buscará a apuração completa dos fatos, o enquadramento jurídico adequado e a responsabilização de todos os envolvidos.