Uma adolescente foi brutalmente agredida por um grupo de meninas dentro de uma escola no MT

A agressão, registrada em vídeo e amplamente divulgada nas redes sociais, mostra a vítima ajoelhada, cercada pelas agressoras, sendo espancada com tapas, socos, chutes e até com um cabo de vassoura. As imagens chocantes revelam ainda que uma das regras impostas pelo grupo era que a vítima não poderia chorar durante as agressões, sob pena de sofrer ainda mais violência.

De acordo com a Polícia Civil, as estudantes envolvidas faziam parte de um grupo com cerca de 20 alunas que operava dentro da escola com organização semelhante à de facções criminosas. O grupo estabelecia hierarquias, normas de conduta e punições internas, como a agressão sofrida pela adolescente, que teria sido uma espécie de "salve" — punição aplicada após a vítima se recusar a dar um suco de pacotinho, conhecido como “geladinho”, a uma colega.

Durante as investigações, as suspeitas confessaram ter agredido outras quatro colegas em circunstâncias semelhantes. A Polícia Civil apreendeu os celulares das adolescentes e encontrou registros em vídeo dessas agressões. A apuração também revelou que algumas das alunas têm histórico familiar ligado a facções criminosas, e uma delas já havia sido conduzida à delegacia anteriormente por estar acompanhada de membros de uma facção, sendo um deles flagrado com drogas.

Diante da gravidade dos fatos, a Polícia Civil informou que irá recomendar ao Ministério Público a internação das adolescentes envolvidas. A Promotoria de Justiça do município marcou uma audiência para terça-feira (5), às 17h, com as envolvidas e seus responsáveis, para esclarecer o caso. Há suspeitas de que o episódio esteja relacionado a um “desafio” promovido por grupos na internet, embora não se descarte o envolvimento direto com uma facção criminosa.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) afirmou que já iniciou a apuração do caso e mobilizou equipes gestora e psicossocial da escola e da Diretoria Regional de Educação para prestar atendimento à vítima, aos envolvidos e às famílias. A Seduc garantiu que medidas disciplinares estão sendo adotadas conforme o Regimento Escolar e a legislação vigente, e reforçou que pretende aplicar punições exemplares, dentro dos limites legais, para evitar que casos semelhantes voltem a ocorrer. O estado de saúde da vítima não foi divulgado.